Menino do Lapedo: A mais importante descoberta paleoantropológica em Portugal
Esta descoberta foi um marco na Paleoantropologia portuguesa tendo uma dimensão e importância muito relevantes no panorama mundial. Atraiu a comunidade cientifica, a comunicação social e até vários romancistas (Cruz, 2007). Trata-se de um menino com cerca de 4 anos de idade que morreu há 24.000- 25.000 anos e que foi enterrado intencionalmente.
Corria o ano de 1994, quando uma máquina que procedia a terraplanagem, pôs a descoberto aquele abrigo (do lagar velho). Vários acontecimentos fizeram com que os trabalhos parassem e quatro anos mais tarde, durante uma prospecção foi descoberto o esqueleto. Cedo procedeu-se a um estudo de emergência no local. Foram estudados até à exaustão, tanto os vestígios osteológicos, como os adornos ali encontrados, que indiciavam um ritual funerário. Foram analisados pelos maiores especialistas do mundo, onde se inclui o Português João Zilhão.
O menino foi enterrado em decúbito dorsal, com o crânio e os membros ligeiramente inclinados para a esquerda. As mãos estavam sob a zona pélvica e os membros inferiores estavam paralelos e ligeiramente flectidos (Cruz, 2007).
Segundo os investigadores esta posição intencional não foi o único vestígio de um ritual de enterramento. Estes afirmam que a criança teria sido enterrada, envolta numa mortalha de pele de veado coberta com ocre e com várias ofertas. No local existiam ainda adornos como, uma possível tiara de dentes de veado e conchas que estariam associadas á região cervical. Este é o único enterramento dessa altura conhecido na Península Ibérica. Mas o mais espectacular nesta criança é que apresenta características em mosaico atribuídas a Homo sapiens e a Homo neanderthalensis, sendo provavelmente um híbrido. Este é contudo um assunto que gera muita polémica e está longe de um concesso cientifico.