sexta-feira, 19 de junho de 2009

Paleoantropologia III


Neste post, vou falar da grande quantidade de hominideos que proliferaram entre os 4 milhões de anos (m.a.) e os 2 milhões de anos.
Começo então com o primeiro género do Pliocénico ( época que corresponde aos 5 m.a. - 2 m.a.), os Australopithecus. O fóssil mais antigo deste género é o Australopithecus anamnensis e é datado de 4,2 - 3,8 milhões de anos. Foi encontrado no Lago Turkana, Quénia. Eram bipedes e viviam em vários habitats como florestas secas, perto de rios e em planicies. Apresentam tal como os outros hominideos, caracteristicas em mosaico.
O segundo dos Australopithecus é o Australopithecus afarensis. Esta espécie é a que se conhece melhor, devido ao seu vasto número de fósseis, provenientes na sua grande maioria da Bacia de Awash, na Etiópia. O mais antigo data de 4 milhões de anos, sendo que os mais conhecido são, a famosa "Lucy" (com 3,2 milhões de anos) e a "First family" (composta por fósseis de 13 indivíduos). A Lucy é uma fêmea da qual foi encontrado 45% do esqueleto e muito bem preservado. Durante a década de 70, membros de uma equipa liderada por Mary Leakey, descobrem um trilho de pégadas que foram atribuidas ao Australopithecus afarensis e que ficaram mundialmente conhecidas como, "As pégadas de Laetoli", na Tanzânia. Esta espécie tem uma capacidade crâniana igual á de um chimpazé, mas eram bípedes e apresentam grande dimorfismo sexual ao nível do tamanho corporal, sendo que os caninos apresentam um moderando dimorfismo sexual. Sabe-se que viviam numa mistura de savana e bosque.
O terceiro, é o também famoso Australopithecus africanus (3- 3,2 milhoes de anos). Esta espécie foi a primeira dos australopithecus a ser descoberta, e o primeiro fóssil a ser descoberto em território africano. Foi pelas maõs de um anatomista sul-africano chamado Raymond Dart, que em 1924 se fica a conhecer a "Criança de Taung". Uma criança que morreu aos 4 anos de idade e cujo crânio chegou até aos dias de hoje bem conservado, cerca de 3 milhões de anos mais tarde. Os individuos desta espécie tinham uma maior capacidade craniana do que o Australopithecus afarensis e eram bípedes.

Hoje fico por aqui, mas no próximo post vou continuar a abordar os Australopithecus e talvez outras espécies do pliocénico. =)

2 comentários:

  1. Olá :) Encontrei o teu blog por acaso, enquanto fazia uma pesquisa no google sobre paleoantropologia, e fiquei bastante surpresa ao encontrá-lo.
    Eu sou estudante de biologia da FCUL e uma das minhas disciplinas foi Antropologia Biológica, em que abordei uma série de matérias, desde a primatologia, passando pela evolução do Homem, e acabando em estudos sobre o crescimento, demografia, ecologia nutricional, diversidade genética das populações, etc. Também tinha aulas práticas, onde analisávamos crânios de hominídeos e de primatas, dermatóglifos, entre outras coisas.
    Confesso que foi uma das disciplinas que mais gostei, pelo facto de abordar não só o estudo dos primatas, algo que simplesmente adoro, como também a evolução do Homem, o que eu acho fascinante.
    Como disse em cima, fiquei surpresa ao encontrar este blog, porque penso que não existam muitas pessoas que escrevam sobre este assunto.

    Gostei muito dos vários posts, continua :)

    Beijinhos*

    (p.s. desculpa o comentário tão longo xD)

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  2. Oi, Ana, parabéns pelo seu blog. Sou brasileiro, do Rio, e o encontrei por acaso, numa busca curiosa por nossos ancestrais. Gostei das informações que encontrei aqui. Abração.
    Marcio Valley
    maflla@oi.com.br

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